Na metade de 2004 eu ainda adorava o Homem-Aranha e cia. Achava as histórias legais, os desenhos ilegíveis super-bacanas e queria aquilo pra mim, queria viver de "páginas splash" com mil elementos que mais parecem ter saído da uma página de "onde está o Wally?".
Mas meus pensamentos já estavam de malas prontas para um lugar chamado Vertigo, onde o que importavam eram histórias boas, histórias bem contadas e que te prendiam a atenção. Era estranho ver um lugar tão bom onde tinha gente que desenhava "torto", tinha gente usava quadrinhos convencionais (que absurdo!) e mesmo assim as histórias eram boas, mesmo assim eu tinha vontade de ler mais e mais, coisa que só aumentava e começava a deixar os heróis no passado.
No final das contas eles estão no passado, personaegens com mais de 70 anos de vida simplesmente não podem mais ter histórias interessantes nas suas revistas mensais, não existe mais o que explorar por que simplesmente TUDO já foi explorado, todo mundo já morreu pelo menos 3 vezes, todo mundo já sobreviveu a umas quinze mega-sagas caça-níqueis caça-polêmica pra no final tudo voltar a ser como antes.
Os super heróis já não me chamavam mais a atenção, já não tinha mais a mesma graça, tudo parecia muito fácil, muito mercenário e simplesmente não havia mais mensagem alguma a ser passada. E eu? como eu fico? tudo mudou num certo dia, numa mesa redonda sobre quadrinhos independentes na Abra Santa Cruz.
Ali eu conheci jovens obstinados, sedentos por contar boas histórias e não mediam esforços pra alcançar seus objetivos, e afinal conseguiam. Faziam histórias indicadas a prêmios importantes, que eram compiladas em livros e dessa forma atingindo um público mais abrangente. Tudo "na raça", tudo na xerox, dobrando e grampeando um a um, vendendo na cara e na coragem pra quem ainda achava que quadrinhos era coisa de criança. Era um trabalho poderoso e fez a cabeça de muita gente, muita gente deixou de lado o velho pensamento de que quadrinhos são coisa de criança em função desses trabalhos, eles ERAM poderosos.
Não posso me considerar um autor renomado, e nem gosto de me analisar com essa profundidade, mas acho que levo meu trabalho a sério e também atingi a um certo número de pessoas, hoje o primeiro número do meu fanzine já ultrapassa a marca dos 1000 exemplares vendidos, um feito memorável prum "fanzininho xerocado", já teve umas indicações a prêmios também e tudo começou naquela tarde na Abra Santa Cruz, onde eu vi através daquelas jovens mentes a possibilidade de traçar um caminho por conta própria e cada vez mais atingir um número crescente de pessoas querendo ler boas histórias independente de grandes editoras ou quantos prédios e cabeças surgem a cada página quádrupla (acreditem, o Jim Lee já fez uma), o que importava era a história e existe um mercado pra isso, existem cada vez mais pessoas que querem se identificar com o seu mundo, cada vez mais pessoas que respeitam seus ideiais e procuram fazer parte da sua trajetória a cada conquista que você atinge e eu agradeço a essas pessoas por abrirem meus olhos pra isso. Mas é aqui, hoje que nos separamos.
Simplesmente não dá mais pra confiar em pessoas que um dia pregaram a humildade e o companheirismo em algo que não existe o menor apoio daqueles que atingem grandes públicos, não dá pra confiar nessas pessoas por que hoje elas conseguiram o que elas queriam, essas pessoas que já grampearam um a um 100 exemplares dos seus fanzines xerocados hoje produzem histórias pra mais de 10 000 leitores sem precisar sujar as mãos ou furar os dedos, sem sequer preocupar com as letras e diagramações, hoje elas alcançaram seus objetivos e não precisam mais do outro, atingiram um status que transcende o pequeno e amador fanzineiro que continua obstinado, crente que é possível popularizar essa arte e conseguir o maior número de apoios possível. Ele não precisa mais disso, ele não precisa de mais nada por que hoje são as pessoas que precisam deles, e isso é demais, isso ocupa suas mentes, isso os tornou maiores que tudo e simplesmente não podem mais perder seu tempo com coisas incertas.
O que eu penso sobre isso? Eu acho uma tremenda de uma palhaçada e uma traição sem tamanho à cena que ajudaram a criar, muitos fanzines circulam por aí inspiradas nessas pessoas e os meus mesmo são bons exemplos disso, essa trajetória não acaba, não se abandona posturas no meio do camino conforme espaços são conquistados e isso é uma coisa que eu NUNCA vou perder, eu sinto na pele a dificuldade de ter sua palavra ouvida, de ter seu trabalho acreditado, as pessoas olham torto pruma porra de uma sulfite xerocada, as pessoas simplesmente páram nessa primeira impressão e esquecem de todo o trabalho por trás disso, portanto eu vou ser um incentivador SEMPRE, enquanto eu viver e não importa o quando precisem de mim, eu sempre vou estar pronto pra ajudar.
Eu tô desiludido, eu apostei algumas das minas últimas fichas em pessoas que pisaram nisso com um sorriso cínico no rosto e eu simplesmente não quero mais passar por isso, eu não mereço isso e não vou incentivar isso, simplesmente não faz parte da minha natureza, não faz parte dos meus valores e eu simplesmente não quero fazer parte disso, eu vou continuar fiel às minhas raízes não importanto o que eu conquiste no caminho.
Isso é um desabafo, mas é também um manifesto, uma mensagem direcionada àquelas pessoas que REALMENTE acreditam no meu trabalho, acham bom e promissor, admiram e não sentem inveja do que eu possa conseguir no futuro, é um aviso a todas as pessoas que estão chegando agora, que acham que estou num estágio interessante e que precisam de incentivo, eu VOU dar o incentivo necessário a TODOS. Em todos esses anos eu participei de eventos, de convenções e premiações, conheci inúmeros artistas talentosos que mal conseguem pronunciar o próprio nome de tanto medo que têm desses tubarões sem escrúpulos que tem a cara de pau de se auto intitular independentes e com raízes no fanzine. Não, não têm, não têm mesmo por que arrancaram suas raízes a partir do momento em que pisaram no primeiro que precisou do seu apoio, da sua ajuda por ser inexperiente demais, aquele que simplesmente quis um ponto de partida pra poder se virar sozinho depois. Vocês deviam criar vergonha na cara e acordar pra vida, antes que a vida a acorde pra vocês da pior maneira possível, aí VOCÊS vão precisar do apoio que não vão ter pois não são merecedores disso.
Nada é fácil, nem mesmo pra quem está estabelecido. Eu tive a honra de ser um dos primeiros alunos do Luke Ross, ele foi um dos maiores artistas brasileiros desenhando pros Estados Unidos, gente como o Ron Marz são fãs declarados dele, gente como Jerry Robinson são amigos pessoais ao ponto de fazerem visitas a ele quando passam pelo Brasil. Ele sim é um cara admirável que não esquece suas raízes, já fez fanzines, já trabalhou pra editoras que nem sabiam escrever o nome dele certo, e nunca esqueceu disso, fala dessas coisas até hoje com orgulho por que foram obstáculos que ele enfrentou de peito aberto. Ele, com esse "status" todo largou tudo pra se concentrar nos cursos, em ajudar seus alunos a encontrarem seu espaço no mercado e eu fui um deles, eu não aprendi como desenhar bem com o Luke Ross, eu não aprendi narrativa visual com o Luke Ross, eu aprendi humildade com o Luke Ross e sempre ajudar aqueles que tem dificuldade. Claro que ninguém mais aqui é criança, todo mundo se vira muito bem sozinho, mas que atire a primeira pedra aquele que nunca precisou de um toque importante em algo em que estava empacado, um toque importante em relação as coias que simplesmente não conseguiam encontrar, não é uma questão de preguiça, não é uma questão de incapacidade, é uma questão de falta de fé daqueles que se julgam incentivadores, TODO MUNDO procura inspiração em alguém, TODO MUNDO procura um ponto de partida pra se virar sozinho depois, mas tem gente que esquece disso. E outra coisa importante também, é que a gente NUNCA vai chegar em algum lugar, não existe o Olimpo do quadrinhista onde você chega, deita e curte a vida, o Luke Ross quando largou tudo pra ensinar, recusou trabalho dos grandes e dessa forma ficou mal falado, não existe um deus dos quadrinhos, não importa o que voce faça, eles não estão nem aí pra isso, não querem saber o que você já fez, eles querem saber do que você é capaz de fazer HOJE, durante o presente. Dessa forma ele ralou pra retomar uma carreira como artista, não bastou ter sido desenhista regular do Spider-Man durante 3 anos, ele precisou mostrar do que é capaz hoje.
Eu não vou esquecer das minhas raízes NUNCA e vou sempre ajudar quem precisar de ajuda. Eu já dei muita mancada na minha vida, já tomei muitas decisões erradas, já fiz muita coisa de que me arrependo, mas eu me arrependo, e isso pra mim eh combustível suficiente pra seguir em frente e acreditar no meu futuro, eu SEI quando eu erro, eu peço desculpas quando erro, eu me sinto terrível quando erro mas procuro consertar, procuro continuar sendo eu mesmo. Meu berço me ensinou a ser companheiro, portanto eu sou o cara mais companheiro que eu conheço, famoso ou não eu estou sempre do lado das pessoas que eu gosto, das pessoas que eu amo, errando ou não, dando mancadas ou não eu estou sempre do lado de quem precisa de mim, existem pessoas sozinhas, sem ter com quem desabafar, e eu vou estar lá, sempre que for necessário. Eu vou atrás das coisas pras pessoas que não podem fazer isso, eu procuro sempre dar o maior apoio possível, e isso não é algo que eu VOU fazer, é algo que eu FAÇO, eu sempre dou apoio, não importa onde eu erre, eu SEMPRE aprendo com os meus erros, eu me odeio quando eu erro, mas ao menos eu sei o que não repetir, eu sei o que não fazer, eu sei como ser uma boa pessoa, não pensei direito e alguns casos, mas definitivamente NÃO foram muitos, mas pra mim foram suficientes e NADA disso irá se repetir independente da minha trajetória. E isso não é um discursinho sofrido do mártir atencioso, isso sou eu, isso são coisas que eu faço sem o menor esforço, sempre com a maior boa vontade, as pessoas boas merecem, as pessoas que eu amo merecem ainda mais e é isso que eu vou ser sempre, não importa quem apareça na minha vida, é irrelevante o nível de importância, eu sempre vou estar presente, se eu gosto eu cuido, se eu amo eu cuido ainda mais mesmo cometendo deslizes, são esses deslizes que me mostram o que NÃO fazer e é aí que eu vou redobrar o meu cuidado, SEMPRE, não importa com quem seja, é isso que eu vou fazer, é isso que eu sou. As vezes não pensei direito e fiz coisas que não devia, mas definitivamente NÃO foram muitas, mas pra mim foram suficientes e eu vou provar a mim mesmo que isso nada mais é do que a pura verdade.
Eu perdi pessoas queridas nesse processo, eu errei o suficiente pra isso, mas não é por isso que vou esquecer das minhas raízes, não é por isso que vou esquecer que apesar dos meus erros, tudo que eu fiz de bom foi em número muito maior, foi de importância incrivelmente maior, eu sempre valorizo mais as coisas boas e me orgulho MUITO disso.
Eu vou procurar ajuda, mas não por isso, apenas pra me direcionar melhor e errar menos. Eu não vou me livrar deles, mas não vou deixar essas coisas me atrapalharem tanto mais.
Eu cortei da minha vida essas pessoas que se acham "deus", eu não sinto mais o menor prazer em folhear aqueles trabalhos que um dia ditaram meu caminho pro que eu quero hoje, eu não sinto a menor vontade de comprar mais NADA do que eles façam por que essas coisas passaram dos limites, falsidade e frieza vindas de pessoas que eu admirava são o suficiente.
Eu acho que sou uma boa pessoa, mas sei que posso SEMPRE melhorar e nunca estagnar, mas tem gente que não sabe da existência disso.
Eu tô preparando meus materiais pro que pode vir a ser uma maratona de entrevistas, tô bem confiante do que eu posso fazer e vou sempre provar ao mundo que sou bom, mas que posso ter amigos e pessoas com quem possa compartilhar esse conhecimento. Eu já fiz coisas horríveis, não sou santo e sei que ninguém é, mas não aprender com isso só te leva ao buraco, e esse lugar, eu não quero conhecer.
Mas meus pensamentos já estavam de malas prontas para um lugar chamado Vertigo, onde o que importavam eram histórias boas, histórias bem contadas e que te prendiam a atenção. Era estranho ver um lugar tão bom onde tinha gente que desenhava "torto", tinha gente usava quadrinhos convencionais (que absurdo!) e mesmo assim as histórias eram boas, mesmo assim eu tinha vontade de ler mais e mais, coisa que só aumentava e começava a deixar os heróis no passado.
No final das contas eles estão no passado, personaegens com mais de 70 anos de vida simplesmente não podem mais ter histórias interessantes nas suas revistas mensais, não existe mais o que explorar por que simplesmente TUDO já foi explorado, todo mundo já morreu pelo menos 3 vezes, todo mundo já sobreviveu a umas quinze mega-sagas caça-níqueis caça-polêmica pra no final tudo voltar a ser como antes.
Os super heróis já não me chamavam mais a atenção, já não tinha mais a mesma graça, tudo parecia muito fácil, muito mercenário e simplesmente não havia mais mensagem alguma a ser passada. E eu? como eu fico? tudo mudou num certo dia, numa mesa redonda sobre quadrinhos independentes na Abra Santa Cruz.
Ali eu conheci jovens obstinados, sedentos por contar boas histórias e não mediam esforços pra alcançar seus objetivos, e afinal conseguiam. Faziam histórias indicadas a prêmios importantes, que eram compiladas em livros e dessa forma atingindo um público mais abrangente. Tudo "na raça", tudo na xerox, dobrando e grampeando um a um, vendendo na cara e na coragem pra quem ainda achava que quadrinhos era coisa de criança. Era um trabalho poderoso e fez a cabeça de muita gente, muita gente deixou de lado o velho pensamento de que quadrinhos são coisa de criança em função desses trabalhos, eles ERAM poderosos.
Não posso me considerar um autor renomado, e nem gosto de me analisar com essa profundidade, mas acho que levo meu trabalho a sério e também atingi a um certo número de pessoas, hoje o primeiro número do meu fanzine já ultrapassa a marca dos 1000 exemplares vendidos, um feito memorável prum "fanzininho xerocado", já teve umas indicações a prêmios também e tudo começou naquela tarde na Abra Santa Cruz, onde eu vi através daquelas jovens mentes a possibilidade de traçar um caminho por conta própria e cada vez mais atingir um número crescente de pessoas querendo ler boas histórias independente de grandes editoras ou quantos prédios e cabeças surgem a cada página quádrupla (acreditem, o Jim Lee já fez uma), o que importava era a história e existe um mercado pra isso, existem cada vez mais pessoas que querem se identificar com o seu mundo, cada vez mais pessoas que respeitam seus ideiais e procuram fazer parte da sua trajetória a cada conquista que você atinge e eu agradeço a essas pessoas por abrirem meus olhos pra isso. Mas é aqui, hoje que nos separamos.
Simplesmente não dá mais pra confiar em pessoas que um dia pregaram a humildade e o companheirismo em algo que não existe o menor apoio daqueles que atingem grandes públicos, não dá pra confiar nessas pessoas por que hoje elas conseguiram o que elas queriam, essas pessoas que já grampearam um a um 100 exemplares dos seus fanzines xerocados hoje produzem histórias pra mais de 10 000 leitores sem precisar sujar as mãos ou furar os dedos, sem sequer preocupar com as letras e diagramações, hoje elas alcançaram seus objetivos e não precisam mais do outro, atingiram um status que transcende o pequeno e amador fanzineiro que continua obstinado, crente que é possível popularizar essa arte e conseguir o maior número de apoios possível. Ele não precisa mais disso, ele não precisa de mais nada por que hoje são as pessoas que precisam deles, e isso é demais, isso ocupa suas mentes, isso os tornou maiores que tudo e simplesmente não podem mais perder seu tempo com coisas incertas.
O que eu penso sobre isso? Eu acho uma tremenda de uma palhaçada e uma traição sem tamanho à cena que ajudaram a criar, muitos fanzines circulam por aí inspiradas nessas pessoas e os meus mesmo são bons exemplos disso, essa trajetória não acaba, não se abandona posturas no meio do camino conforme espaços são conquistados e isso é uma coisa que eu NUNCA vou perder, eu sinto na pele a dificuldade de ter sua palavra ouvida, de ter seu trabalho acreditado, as pessoas olham torto pruma porra de uma sulfite xerocada, as pessoas simplesmente páram nessa primeira impressão e esquecem de todo o trabalho por trás disso, portanto eu vou ser um incentivador SEMPRE, enquanto eu viver e não importa o quando precisem de mim, eu sempre vou estar pronto pra ajudar.
Eu tô desiludido, eu apostei algumas das minas últimas fichas em pessoas que pisaram nisso com um sorriso cínico no rosto e eu simplesmente não quero mais passar por isso, eu não mereço isso e não vou incentivar isso, simplesmente não faz parte da minha natureza, não faz parte dos meus valores e eu simplesmente não quero fazer parte disso, eu vou continuar fiel às minhas raízes não importanto o que eu conquiste no caminho.
Isso é um desabafo, mas é também um manifesto, uma mensagem direcionada àquelas pessoas que REALMENTE acreditam no meu trabalho, acham bom e promissor, admiram e não sentem inveja do que eu possa conseguir no futuro, é um aviso a todas as pessoas que estão chegando agora, que acham que estou num estágio interessante e que precisam de incentivo, eu VOU dar o incentivo necessário a TODOS. Em todos esses anos eu participei de eventos, de convenções e premiações, conheci inúmeros artistas talentosos que mal conseguem pronunciar o próprio nome de tanto medo que têm desses tubarões sem escrúpulos que tem a cara de pau de se auto intitular independentes e com raízes no fanzine. Não, não têm, não têm mesmo por que arrancaram suas raízes a partir do momento em que pisaram no primeiro que precisou do seu apoio, da sua ajuda por ser inexperiente demais, aquele que simplesmente quis um ponto de partida pra poder se virar sozinho depois. Vocês deviam criar vergonha na cara e acordar pra vida, antes que a vida a acorde pra vocês da pior maneira possível, aí VOCÊS vão precisar do apoio que não vão ter pois não são merecedores disso.
Nada é fácil, nem mesmo pra quem está estabelecido. Eu tive a honra de ser um dos primeiros alunos do Luke Ross, ele foi um dos maiores artistas brasileiros desenhando pros Estados Unidos, gente como o Ron Marz são fãs declarados dele, gente como Jerry Robinson são amigos pessoais ao ponto de fazerem visitas a ele quando passam pelo Brasil. Ele sim é um cara admirável que não esquece suas raízes, já fez fanzines, já trabalhou pra editoras que nem sabiam escrever o nome dele certo, e nunca esqueceu disso, fala dessas coisas até hoje com orgulho por que foram obstáculos que ele enfrentou de peito aberto. Ele, com esse "status" todo largou tudo pra se concentrar nos cursos, em ajudar seus alunos a encontrarem seu espaço no mercado e eu fui um deles, eu não aprendi como desenhar bem com o Luke Ross, eu não aprendi narrativa visual com o Luke Ross, eu aprendi humildade com o Luke Ross e sempre ajudar aqueles que tem dificuldade. Claro que ninguém mais aqui é criança, todo mundo se vira muito bem sozinho, mas que atire a primeira pedra aquele que nunca precisou de um toque importante em algo em que estava empacado, um toque importante em relação as coias que simplesmente não conseguiam encontrar, não é uma questão de preguiça, não é uma questão de incapacidade, é uma questão de falta de fé daqueles que se julgam incentivadores, TODO MUNDO procura inspiração em alguém, TODO MUNDO procura um ponto de partida pra se virar sozinho depois, mas tem gente que esquece disso. E outra coisa importante também, é que a gente NUNCA vai chegar em algum lugar, não existe o Olimpo do quadrinhista onde você chega, deita e curte a vida, o Luke Ross quando largou tudo pra ensinar, recusou trabalho dos grandes e dessa forma ficou mal falado, não existe um deus dos quadrinhos, não importa o que voce faça, eles não estão nem aí pra isso, não querem saber o que você já fez, eles querem saber do que você é capaz de fazer HOJE, durante o presente. Dessa forma ele ralou pra retomar uma carreira como artista, não bastou ter sido desenhista regular do Spider-Man durante 3 anos, ele precisou mostrar do que é capaz hoje.
Eu não vou esquecer das minhas raízes NUNCA e vou sempre ajudar quem precisar de ajuda. Eu já dei muita mancada na minha vida, já tomei muitas decisões erradas, já fiz muita coisa de que me arrependo, mas eu me arrependo, e isso pra mim eh combustível suficiente pra seguir em frente e acreditar no meu futuro, eu SEI quando eu erro, eu peço desculpas quando erro, eu me sinto terrível quando erro mas procuro consertar, procuro continuar sendo eu mesmo. Meu berço me ensinou a ser companheiro, portanto eu sou o cara mais companheiro que eu conheço, famoso ou não eu estou sempre do lado das pessoas que eu gosto, das pessoas que eu amo, errando ou não, dando mancadas ou não eu estou sempre do lado de quem precisa de mim, existem pessoas sozinhas, sem ter com quem desabafar, e eu vou estar lá, sempre que for necessário. Eu vou atrás das coisas pras pessoas que não podem fazer isso, eu procuro sempre dar o maior apoio possível, e isso não é algo que eu VOU fazer, é algo que eu FAÇO, eu sempre dou apoio, não importa onde eu erre, eu SEMPRE aprendo com os meus erros, eu me odeio quando eu erro, mas ao menos eu sei o que não repetir, eu sei o que não fazer, eu sei como ser uma boa pessoa, não pensei direito e alguns casos, mas definitivamente NÃO foram muitos, mas pra mim foram suficientes e NADA disso irá se repetir independente da minha trajetória. E isso não é um discursinho sofrido do mártir atencioso, isso sou eu, isso são coisas que eu faço sem o menor esforço, sempre com a maior boa vontade, as pessoas boas merecem, as pessoas que eu amo merecem ainda mais e é isso que eu vou ser sempre, não importa quem apareça na minha vida, é irrelevante o nível de importância, eu sempre vou estar presente, se eu gosto eu cuido, se eu amo eu cuido ainda mais mesmo cometendo deslizes, são esses deslizes que me mostram o que NÃO fazer e é aí que eu vou redobrar o meu cuidado, SEMPRE, não importa com quem seja, é isso que eu vou fazer, é isso que eu sou. As vezes não pensei direito e fiz coisas que não devia, mas definitivamente NÃO foram muitas, mas pra mim foram suficientes e eu vou provar a mim mesmo que isso nada mais é do que a pura verdade.
Eu perdi pessoas queridas nesse processo, eu errei o suficiente pra isso, mas não é por isso que vou esquecer das minhas raízes, não é por isso que vou esquecer que apesar dos meus erros, tudo que eu fiz de bom foi em número muito maior, foi de importância incrivelmente maior, eu sempre valorizo mais as coisas boas e me orgulho MUITO disso.
Eu vou procurar ajuda, mas não por isso, apenas pra me direcionar melhor e errar menos. Eu não vou me livrar deles, mas não vou deixar essas coisas me atrapalharem tanto mais.
Eu cortei da minha vida essas pessoas que se acham "deus", eu não sinto mais o menor prazer em folhear aqueles trabalhos que um dia ditaram meu caminho pro que eu quero hoje, eu não sinto a menor vontade de comprar mais NADA do que eles façam por que essas coisas passaram dos limites, falsidade e frieza vindas de pessoas que eu admirava são o suficiente.
Eu acho que sou uma boa pessoa, mas sei que posso SEMPRE melhorar e nunca estagnar, mas tem gente que não sabe da existência disso.
Eu tô preparando meus materiais pro que pode vir a ser uma maratona de entrevistas, tô bem confiante do que eu posso fazer e vou sempre provar ao mundo que sou bom, mas que posso ter amigos e pessoas com quem possa compartilhar esse conhecimento. Eu já fiz coisas horríveis, não sou santo e sei que ninguém é, mas não aprender com isso só te leva ao buraco, e esse lugar, eu não quero conhecer.
Decepção é um troço chato, sei como é que é... segue em frente, se inspire em de quadrinhos de verdadeira qualidade(e em outras áreas diferentes ou nas suas próprias experiências pessoais)...procura colocar nas tuas histórias aquilo que somente você, e mais ninguém, sente.
Um abraço forte e fica com Deus(não existe amigo melhor do que Ele!)
Ei cara, eu tô meio por fora do que tá rolando, e não sei bem como poderia te ajudar, mas se precisar, vc sabe onde me encontrar. =)
Inspirador o texto, e ao mesmo tempo me serviu de aviso, pois ainda sonho em fazer parte desse universo. Só me falta tirar as idéias da cabeça e começar a desenhar... xerocar e grampear! Sucesso pra vc!!
Felipe,
Sei exatamente do que você está falando embora seja de outra área. Chamo isto de se vender mesmo. Siga o teu caminho e não se decepcione. Estas pessoas não valem a pena.